O que é a UNICAB

A União Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores Camelôs, Ambulantes e Feirantes do Brasil – UNICAB é um movimento popular nacional que articula organizações representativas de trabalhadoras e trabalhadores vendedores ambulantes em diversas cidades do Brasil. A UNICAB está presente em 8 estados e vem desde 2011, a partir dos processos de luta desencadeados pelos Comitês Populares da Copa do Mundo, se dedicado a formar as lideranças dessas organizações, organizar a luta das e dos ambulantes do Brasil e incidir para que os poderes públicos reconheçam esses trabalhadores como parte essencial da economia do país e garantam seus direitos à legitimidade, condições de trabalho digno e voz ativa nos processos decisórios das cidades e do país.

A UNICAB desempenha um importante papel no Brasil, de representar e defender os interesses e direitos coletivos de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que, por tirarem seu sustento da economia informal, apesar de fazerem parte da força de trabalho do país, não são reconhecidos como trabalhadores, não têm acesso aos direitos trabalhistas e à segurança social, são criminalizados nas cidades e vivem uma situação de vulnerabilidade extrema própria dos setores precarizados da classe trabalhadora.

É compreendendo as grandes transformações do mundo do trabalho, o aumento da informalidade e a necessidade de novas formas de organizar os trabalhadores na luta por direitos, e ao mesmo tempo reconhecendo na disputa da cidade, na defesa do uso dos espaços públicos a serviço das pessoas e não do capital, da reforma urbana e da luta por terra (urbana) para o trabalho (e moradia, cultura etc.) a centralidade dos movimentos urbanos, que a UNICAB se propõe a construir uma organização nacional de base com princípios democráticos para lutar pelo direito dos trabalhadores e trabalhadoras camelôs, ambulantes e feirantes à dignidade humana e pela transformação da realidade.

Esse trabalho é feito em aliança com diversos movimentos sociais. A luta pelo direito ao trabalho e pelo direito à cidade se cruzam na questão ambulante e constroem laços de solidariedade e de aprendizagem coletiva entre movimento sindical e movimentos de luta urbana. A luta internacional é também prioritária e se faz nos espaços de diálogo e troca proporcionados pela filiação à federação internacional de vendedores de rua e dos mercados, a StreetNet Internacional.

Afirmamos que Camelôs, Ambulantes e Feirantes são trabalhadores, têm direito ao trabalho decente que é garantido pela Constituição brasileira nos Artigos 6 e 7, e prevê para todos e todas o trabalho produtivo com rendimento justo, com segurança e proteção social, com perspectivas de desenvolvimento pessoal e integração social, com liberdade para as pessoas expressarem as suas preocupações e participarem nas decisões que afetam as suas vidas, com igualdade de oportunidades e tratamento para todos.

 

Pelo que lutamos?

Reconhecimento e direto ao Trabalho Decente

Reconhecimento e direto ao Trabalho Decente. Lutamos para que trabalhadores e trabalhadoras camelôs, ambulantes e feirantes do Brasil e do mundo sejam reconhecidos como trabalhadores/as e tenham acesso aos direitos trabalhistas e à segurança social, pondo fim à precarização desse setor da sociedade e condições para exercer com dignidade seu direito ao trabalho.

A profissão vendedor/a ambulante é regularizada no Brasil pelo DECRETO-LEI Nº 2.041, de 27 de fevereiro de 1940, no entanto, quem decide sobre a venda ambulante ser ou não ser regular são as prefeituras que muitas vezes emitem números restritos de licenças, muito inferior ao número real de camelôs criando grupos de favorecidos e grupos excluídos do comércio regular. O direito ao trabalho é um direito humano garantido nos artigos 5 e 6 da Constituição Federal. Toda vez que o/a ambulante é impedido de vender nos espaços públicos, é o seu direito ao trabalho que está sendo violado.

Quando falamos em Trabalho Decente falamos em condições de trabalho dignas, com acesso a banheiro, água corrente, proteção do sol e chuva, local para fazer as refeições, um ambiente livre de violência e assédio e acesso à seguridade social (auxílio doença, aposentadoria etc.) garantidos.

Pelo fim da violência policial contra ambulantes

Pelo fim da violência policial contra ambulantes. As guardas municipais e polícias são instruídas pelas políticas de governo a agirem de maneira ostensiva e intimidante contra os trabalhadores e trabalhadoras ambulantes, muitas vezes de maneira ilícita assediando, agredindo e violando o procedimento legal de fiscalização e apreensão de mercadorias. A venda ambulante não é caso de polícia, não é ilegal trabalhar dignamente e legitimamente criar alternativas pra garantir o sustento da família quando o desemprego assola a todos/as. A questão da regularização do uso do solo público para o trabalho não é questão de segurança pública, mas de emprego e renda e planejamento urbano. O trabalho ambulante é um trabalho que precisa ser respeitado. A Convenção 190 da OIT, pelo fim da violência e assédio no mundo do trabalho, clama os países a firmarem esse compromisso.

A união faz a força

A união faz a força. Sabemos que para o trabalhador ambulante conquistar seus direitos precisa se unir. Infelizmente, o atual sistema econômico prega que o camelô não é trabalhador, mas um pequeno empreendedor, patrão de si mesmo. Essa lógica empreendedora é um obstáculo muito grande que precisamos superar para nos fortalecer e conquistar melhores condições de vida, porque faz o vendedor ambulante, que trabalha em condições precárias, não tem direitos trabalhistas assegurados e muitas vezes vive a vulnerabilidade da pobreza, se ver como indivíduo e não com parte de um grupo imenso de pessoas que enfrentam as mesmas dificuldades que ele e que compõem a classe trabalhadora, que gira a roda da economia do país com seu suor. A UNICAB trabalha a formação política dos/as ambulantes para despertar a consciência de classe e coletividade. Sem isso, não conseguimos ter a força necessária para disputar a cidade e para conquistar os direitos que nos foram negados. A UNICAB acredita que os trabalhadores ambulantes precisam se unir e estar organizados coletivamente para enfrentar todos os desafios do dia a dia, e que a luta pelos direitos é o caminho.

Pelo direito à cidade

Pelo direito à cidade e garantia de um espaço urbano inclusivo, que seja usufruído coletivamente e igualitariamente por todo/as, com acesso aos equipamentos e serviços urbanos e pela participação de todos/as na construção da cidade de forma democrática. Defendemos que a cidade é para todas as pessoas, para a vida, um bem comum do povo e que toda propriedade, pública ou privada, deve atender a uma função social. Sendo assim, é legítimo que os/as ambulantes estejam nas ruas, nos espaços onde circulam pessoas para trabalhar e de lá tirar seu sustento.

A Nova Agenda Urbana aprovada pela ONU em 2016 estabeleceu as bases internacionais para políticas urbanas em que pessoas tenham direitos e acesso iguais aos benefícios e oportunidades que as cidades podem oferecer.

Pelo fortalecimento coletivo e economia solidária

Pelo fortalecimento coletivo e economia solidária. Acreditamos que valorizar a auto organização dos/as ambulantes e a consciência que todos e todas dividem os mesmo problemas e dificuldades e por isso podem encontrar soluções conjuntas é fundamental. A economia social solidária estabelece os princípios de cooperação e solidariedade na construção do fortalecimento coletivo.   Gerir de forma coletiva um espaço, um negócio, pode criar condições econômicas favoráveis para trabalhadores para vendedores ambulantes e feirantes. Nas iniciativas da economia solidária, independentemente de serem associações, cooperativas etc., a administração se dá através da autogestão coletiva, que gera igualdade entre os pares formando laços entre os/as trabalhadores/as e fortalecendo coletivamente a todos os envolvidos.

COORDENAÇÃO NACIONAL

Ivonaldo Lima (Beloto)

Ivonaldo Lima (Beloto)

Coordenação Nacional Executiva

Pernambuco
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife – SINTRACI
Juliano Carriconde Fripp

Juliano Carriconde Fripp

Coordenação Nacional Executiva

Rio Grande do Sul
Associação Feira Rua da Praia – ASFERAP
Maria de Lourdes do Carmo

Maria de Lourdes do Carmo

Coordenação Nacional Executiva

Rio de Janeiro
Movimento Unido dos Camelôs – MUCA
Marcilene Medeiros de Andrade

Marcilene Medeiros de Andrade

Coordenação Nacional Executiva

Paraíba
Associação dos Ambulantes e Trabalhadores em Geral da Paraíba – AMEG
Valdina de Assis Andrade da Silva

Valdina de Assis Andrade da Silva

Coordenação Nacional Executiva

São Paulo
Jaciara – Associação das Trabalhadoras, Trabalhadores e Ambulantes Do Corre
Elisabete Muller dos Santos

Elisabete Muller dos Santos

Coordenação Nacional

Rio Grande do Sul
Associação dos Ambulantes do Gasômetro (RS)
Ernani Pereira

Ernani Pereira

Coordenação Nacional

Minas Gerais
Associação dos Barraqueiros da Área externa no Mineirão – ABAEM

Gilson Nunes Vitorio

Gilson Nunes Vitorio

Coordenação Nacional

São Paulo
Fórum dos Ambulantes de São Paulo
Josemar Muniz de Andrade

Josemar Muniz de Andrade

Coordenação Nacional

Paraíba
Associação dos Ambulantes e Trabalhadores em Geral da Paraíba – AMEG
Juliana do Carmo Santos

Juliana do Carmo Santos

Coordenação Nacional

Rio de Janeiro
Movimento Unido dos Camelôs – MUCA
Luciana da Silva Mendonça

Luciana da Silva Mendonça

Coordenação Nacional

Pernambuco
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife – SINTRACI
Marcos Luiz de Almeida (Cazuza)

Marcos Luiz de Almeida (Cazuza)

Coordenação Nacional

Bahia
Sindicato dos Barraqueiros da Bahia – Sindibaq

Marli Almeida (Pitty)

Marli Almeida (Pitty)

Coordenação Nacional

Bahia
Sindicato dos Barraqueiros da Bahia – Sindibaq
Selma Salvino

Selma Salvino

Coordenação Nacional

Minas Gerais
Associação dos Barraqueiros da Área externa no Mineirão – ABAEM

Organizações